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A Ansiedade é Canina?

No que tange os casos de cães com ansiedade de separação e/ou transtornos de ansiedade disparados por qualquer gatilho que seja devemos considerar que, na maioria das vezes, esse sentimento está relacionado com as preocupações ou com a incapacidade de lidar com algo que acontecerá e/ou que receia acontecer no futuro. Essa inquietação mental se dá a cenários hipoteticamente catastróficos, levando desta maneira a um grande problema. A ansiedade está relacionada a um grande aumento dos níveis de tensão com liberação imediata do hormônio Cortisol, o qual faz nosso cérebro interpretar de maneira fisiológica que está sob ameaça, imediatamente aumentando os níveis de glicose na corrente sanguínea, gerando um ambiente favorável para o aumento de adrenalina e noradrenalina, as quais são combustíveis para entrar em um estado crônico de luta ou fuga. Esse acontecimento fisiológico e emocional, quando apresentado de maneira crônica, não gera nenhum retorno positivo e por isso, devemos levar em conta a obrigação de examinar a mente deste animal e desafiar seus medos, inseguranças e preocupações, a fim de restabelecer seu equilíbrio.


Insegurança, de acordo com o dicionário é: “Um sentimento de mal-estar geral ou nervosismo que pode ser desencadeado pela percepção de si mesmo sendo vulnerável de alguma forma, ou um senso de incapacidade ou instabilidade que ameaça a própria autoimagem ou ego”. Um cão inseguro não tem capacidade de confiança em si próprio ou em outros, gerando constantemente um estado emocional ansioso por não saber o que irá acontecer.


Fruto de uma humanização intensa indo desde retiradas precoces de ninhada, até utilização como acessórios emocionais incondicionais, os cães vem sofrendo psicologicamente por conta de uma relação desigual que se desenvolveu com a aproximação emocional aos seres humanos nos últimos anos. Devemos nos responsabilizar pela falta da capacidade humana de enxergar os cães como animais antes de tudo e pela atitude de negligenciar desta maneira suas necessidades básicas como espécie, expondo o que alguns chamam hoje de “filho” a realidades totalmente antinaturais.


Devemos ser francos, realistas e sinceros quando falamos de ansiedade no mundo canino, partindo do ponto de cães são animais que vivem na esfera do simples e não carregam consigo sentimentos complexos, vivendo suas vidas intensamente no momento presente, quando portadores de ansiedade são, claramente, frutos de um cenário humano de antropoformismo, que carrega consigo a seriedade da responsabilidade de levar esses cães de volta a seu estado emocional natural, lhe fornecendo segurança física e emocionalmente com uma urgente mudança de seu estado de espírito, ambiente e forma de afeto, com rotina, atividades físicas compatíveis com as necessidades de cada indivíduo, regras, limites, restrições, desafios e afeto – nessa ordem.


Desistir não é uma opção, tão menos tratar os problemas emocionais dos cães de maneira humana. Já passamos da hora de assumir que ultrapassamos os limites da incondicionalidade canina e que devemos olhar para nós mesmos para conseguirmos resolver e devolver a calma que rege o mundo canino, o qual está sempre pronto para viver o melhor dia de suas vidas, todos os dias.

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Texto escrito por:

Bruna Centurione Tetti

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